Existe um momento em que se deve encerrar um Pequeno Grupo? Um dos meus professores no Seminário Fuller me disse que os grupos pequenos têm um ciclo de vida de aproximadamente um ano. Segundo ele, depois de um ano, é melhor fechar o grupo. Depois de alguns meses dessa conversa com meu professor, visitei a Faith Community Baptist Church, em Cingapura. FCBC tinha na época a política de encerrar um pequeno grupo que não se multiplicasse em um ano. Se o pequeno grupo não se multiplicasse em um ano, eles remanejavam seus membros para pequenos grupos mais sadios. Por outro lado, alguns podem dizer: “É pecado fechar um pequeno grupo” (essa foi a política de uma das maiores igrejas em pequenos grupos do mundo).

Afinal, há um momento determinado para encerrar um grupo? Eu creio que há raras ocasiões em que é melhor começar de novo. Liderei um grupo que finalmente teve de ser encerrado. O grupo simplesmente não era saudável. Decidi que era melhor integrar os membros restantes em outros grupos e começar um novo grupo do zero.

O fato é que alguns grupos pequenos não conseguem ir além de si mesmos. Ninguém se dispõe a participar do treinamento prescrito e liderar um novo grupo (ou fazer parte de uma nova equipe de liderança). Não há evangelismo e o líder, por andar sobrecarregado, acaba desistindo.

Outros grupos permitem que conflitos não resolvidos contaminem toda o pequeno grupo. Certos membros falam demais, ficam até tarde demais e não controlam suas famílias. Se você tratar o conflito com rapidez, poderá resolvê-lo. Problemas que são “enterrados”, no entanto, têm a tendência de se tornar o elefante na sala que todos conhecem, mas ninguém ousa mencionar.

E há ainda o problema do “mim-ismo”. É claro, o egoísmo é parte de todo grupo pequeno até certo ponto. Porém, é possível que grupos sejam dominados por pessoas egoístas. Alguns membros do pequeno grupo se voltam apenas para si mesmos e acabam prejudicando o grupo, porque exigem cada vez mais atenção. Você já deve ter ouvido a expressão: “20% do povo da igreja faz 80% do trabalho”. Às vezes, grupos consistem totalmente daqueles que não estão dispostos a ajudar no trabalho.

É verdade, o líder e o supervisor devem fazer todo o possível para “dar a partida” em um pequeno grupo doente. Randall Neighbour analisa a questão da perspectiva do supervisor: “Posso sentir o cheiro de estagnação antes que o líder perceba, e começo a agir. Visito o grupo e pergunto-lhes a respeito de seus planos para evangelizar, ciente de que verei olhares vazios e semblantes perplexos. Depois, volto a visitar o grupo nas duas semanas seguintes e faço semanalmente a mesma pergunta, até ouvir deles planos de crescimento. Então oramos juntos a respeito desses planos”.

Embora eu concorde 100% que o supervisor e o líder devem fazer todo o possível para fortalecer um pequeno grupo doente, creio que há momentos em que o remanejamento e um novo começo beneficiam todos os envolvidos.

Por Joel Comiskey