De forma geral, os grupos familiares realizam uma reunião semanal nos lares, onde algumas pessoas se juntam para adorar a Deus, buscar uma vida de comunhão, edificar sua fé através do estudo bíblico, evangelizar pessoas ainda não alcançadas e compartilhar suas necessidades. Esta é a vida da igreja em miniatura.

Contudo, é necessário enfatizar que o mero fato de se iniciar um programa de pequenos grupos na igreja não irá resolver magicamente os problemas de uma comunidade. Para que os PG’s de fato sejam de fato vivos e dinâmicos é preciso mais do que uma estrutura: é necessário se compreender e viver os valores que são o âmago do PG.

O primeiro valor é a ênfase no relacionamento com Deus, na adoração. Não devemos nos esquecer que o fundamento do Pequeno Grupo é o desejo de ter relacionamento pessoal com o Pai por meio de Cristo, pois se esse norte for perdido o PG poderá desfocar e se tornar um encontro social, um grupo de desabafo, etc. Se o Eterno for o centro, então tudo mais que ocorre no PG aprofundará o relacionamento das pessoas com Cristo, trazendo crescimento espiritual.

O segundo valor é a ênfase na comunhão, nos relacionamentos interpessoais: a igreja necessita de uma nova estrutura de vida congregacional que viabilize encontros genuínos entre pessoas, despidas de suas máscaras e desconfianças, num ambiente em que os relacionamentos interpessoais se dão no nível da verdadeira humanidade de Cristo.

O terceiro valor é a informalidade. As reuniões são informais, onde todos se conhecem pelo nome. Todos são encorajados a participar e as necessidades de cada um são importantes como base para oração e ajuda.

O quarto valor é o ensino aplicado. Diferentemente de uma pregação-ensino para um grande grupo, o estudo bíblico em contexto de pequeno grupo tem por objetivo não somente compartilhar a verdade das Escrituras, mas também estimular a troca de experiências e abordar questão relevantes a seus integrantes.

O quinto valor o cuidado mútuo. O Pequeno Grupo deve ter como um valor crucial o cuidar uns dos outros como sinal da vivência do Evangelho entre os membros do grupo. Como afirma com muita propriedade Sampaio, o amor sem o cuidado não se sustenta, e a permanência do cuidado e sua perseverança só é possível por causa do outro que acolhe, cuida, se compromete, se preocupa e ama.

O sexto valor é a inclusão. Todo Pequeno Grupo tende a passar por um período em que os relacionamentos já estão equilibrados e portanto o grupo passa a exibir a tendência de resistir a pessoas que desejam se achegar. Contudo, a ênfase na inclusão tendo em mente a inclusão do próprio Jesus fará com que que cada pequeno grupo seja um grupo familiar no qual as pessoas sejam aceitas e amadas.

O sétimo valor é o serviço. Servir é um verbo que está no epicentro da vivência cristã, pois entendemos que este foi o estilo de vida de Jesus e nós não poderíamos pensar e viver de diferente maneira. Entretanto, muitos têm sugerido que não há, na igreja convencional, nenhum contexto no qual o crente possa ser treinado a produzir, ao invés de consumir.

Finalmente, o oitavo valor do Pequeno Grupo é a missão. Os Pequenos Grupos têm basicamente dois objetivos: o primeiro objetivo é o crescimento qualitativo, que busca o amadurecimento dos participantes. O segundo objetivo é o crescimento numérico, que será atingido através da aproximação de famílias da igreja com seus vizinhos não crentes.

Por Pr. Rodrigo Ferreira
Texto extraído do Curso “Fundamentos dos Pequenos Grupos”