Ao longo da história vários líderes cristãos buscaram maneiras de reverter a falta de saúde, maturidade e evangelismo de suas igrejas. Ao longo dos séculos muitos líderes viram nos pequenos grupos uma estratégia eficaz para que pudessem levar a igreja a reencontrar seu caminho como comunidade de Cristo. Enquanto apenas os grandes encontros de domingo eram enfatizados, percebeu-se o enfraquecimento dos relacionamentos, a diminuição do sentimento de pertença e do impulso missionário.

Contudo, como veremos mais adiante, os pequenos grupos não foram inventados mas redescobertos ao longo dos séculos em diferentes moldes e enfatizados por movimentos que buscavam recobrar a saúde da igreja. Já no século XVII, Philip Jacob Spener (1635-1705) iniciou um movimento de pequenos grupos que foi denominado de “reunião piedosa” (collegia pietatis). Seu objetivo era consolidar a fé de pessoas já cristãs.

No século XVIII John Wesley também enfatizou a importância dos pequenos grupos visando a comunhão entre os cristãos e o cuidado pastoral sobre eles. Wesley concebeu então o conceito de “classes” lideradas por pessoas idôneas.

No século XX o grande precursor do movimento de pequenos grupos foi David (Paul) Yonggi Cho, pastor da Igreja do Evangelho Pleno, na Coréia. Cho utilizou os “grupos familiares” como parte da estratégia de sua igreja para crescer e disseminou o conceito de pequenos grupos por meio de livros e conferências.

 Já Ralph Neighbour implantou nos EUA o ministério TOUCH (Transformando pessoas sob as mãos de Cristo). Neighbour não adicionou a sua igreja um programa de Pequenos Grupos, mas substituiu completamente a maneira da organização e do governo tradicional pelos pequenos grupos, se tornando um igreja “em” pequenos grupos (ao invés de “com” pequenos grupos).

Podemos citar ainda os pequenos grupos de Lyman Coleman (EUA), o movimento “igreja em células” de Roberto Lay (Brasil), o movimento G-12 iniciado por César Castelhanos (Colômbia), a Rede Ministerial de Fortaleza (Brasil), o Desenvolvimento Natural da Igreja (EUA), a Associação Mundial de Discípulos (Brasil) e outros movimentos que utilizam os pequenos grupos como sua estratégia principal.

Contudo, devemos ter em mente que esses movimentos desejam na verdade apenas resgatar algo que os cristãos primitivos conheciam bem, como afirma John Stott: “O que mais me chama a atenção na adoração da igreja primitiva é o seu equilíbrio em relação a dois aspectos: a adoração era tanto formal como informal, pois ocorria no templo e nas casas […] Como complemento dos cultos, havia as reuniões mais informais nas casas, além do culto distintivo dos cristãos, com a celebração da Eucaristia […] A igreja primitiva praticava os dois tipos de adoração, e nós devemos fazer o mesmo.

Todas as congregações, pequenas e grandes, deveriam dividir-se em pequenos grupos”. A seguir, vamos ver o conceito de pequenos grupos nas Escrituras.

Texto extraído do Curso “Introdução aos Pequenos Grupos”
Por Rodrigo Ferreira